Da sutileza lírica à força do enfrentamento, o cinema polonês sempre foi mais do que uma expressão estética: é um território de memória, crítica e criatividade. Este curso, ministrado por Tiago Halewicz, promove uma imersão nessa cinematografia marcada por densidade histórica, liberdade poética e um olhar profundamente humano sobre a Polônia, sua história e suas feridas.
Ao longo dessa jornada, revisitaremos nomes fundamentais como Andrzej Wajda, Krzysztof Kieślowski, Agnieszka Holland, Paweł Pawlikowski e Jan Komasa, explorando tanto os grandes clássicos quanto obras contemporâneas que continuam a dialogar com os dilemas da identidade, da memória e da política.
16/07 – Aula 1: O nascimento de um cinema de resistência: dos primórdios aos clássicos
Esta aula apresenta o desenvolvimento do cinema polonês desde seu surgimento até o início do processo de redemocratização do país, com ênfase na construção de uma linguagem poética e politicamente engajada.
Tópicos abordados:
- Breve panorama histórico: o cinema na Polônia entre guerras, o impacto da Segunda Guerra Mundial e a reconstrução cultural no pós-guerra.
- Escola Polonesa de Cinema (décadas de 1950-60): o realismo simbólico como resposta ao trauma nacional.
- Cinema sob censura: arte como forma de resistência ao regime.
- Estética e ética: o uso da metáfora, da memória e da narrativa fragmentada.
23/07 – Aula 2: Novas vozes, novas feridas: o cinema polonês pós-1989
Este encontro investiga os caminhos do cinema polonês após a queda da Cortina de Ferro, com foco na produção contemporânea e na reconfiguração de temas como identidade, trauma, religião e gênero.
Tópicos abordados:
- O fim da República Popular da Polônia e o desafio da memória: a transição como trauma simbólico.
- A abertura ao Ocidente e à linguagem internacional do cinema de autor.
- Temas emergentes: imigração, conservadorismo, laicidade, corpo e intimidade.
- O papel das mulheres e da juventude como novas narradoras.
Inscrições até 16h do dia da atividade mediante disponibilidade.